Monday, August 17, 2009

Pearl Jam estão de volta


Norte-americanos escolheram Londres para apresentar o novo disco, a editar em Setembro

À saida da estação de metro de Shepherds Bush, em Londres, Inglaterra, ouvem-se os gritos: "Bilhetes para Pearl Jam". Nada incomum tendo em conta que a banda de Seattle está prestes a voltar aos palcos com novo álbum.

Menos comum é o facto de os gritos virem de compradores e não de vendedores. No dia do espectáculo - na passada terça-feira, num concerto em que o JN foi o único jornal português presente -, ninguém quer abdicar do seu precioso bilhete para ver a mítica banda norte-americana, que trouxe o grunge até aos nossos dias. Fãs imploram por entradas para a sala, que tem uma capacidade de apenas duas mil pessoas.

No interior, o ambiente é de expectativa. Tal como uma criança acorda no dia de Natal ansiando os presentes, os fãs dos Pearl Jam aguardam pela subida de Eddie Vedder ao palco, sabendo que aquele será um momento especial. Ao contrário do habitual concerto de estádio ou de grande auditório, em Londres, é num espaço apertado e num ambiente caseiro que a banda de Seattle toca, mesmo ao lado de todos.

E quem aparece é um vocalista muito mais relaxado do que aquele que trepava vigas e mergulhava entre o público nos anos 90. Entre duas ou três piadas e uns goles na garrafa de vinho tinto que está em palco, Vedder - agora, com 44 anos - oferece, clássico após clássico, um espectáculo memorável.

Na plateia, o ambiente é o mesmo de um concerto dos Pearl Jam durante os anos 90. Mosh é a palavra de ordem, enquanto que Vedder quase não precisa de cantar as letras dos temas: o público não hesita numa única palavra. Até o novo tema "The fixer" já se tornou num clássico entre o público.

Numa verdadeira viagem ao passado, temas como "Why go", "Even flow" e "Alive" - em alternância com os novos "Got some" e "The end" - levam os fãs ao rubro e aquilo que tornou Vedder famoso em concerto (o "surfar" entre o público) é copiado na plateia por fãs não tão jovens como os que o faziam no passado.

O público dos Pearl Jam vai envelhecendo, tal como a banda, mas a energia não parece esgotar.

Os Pearl Jam não escondem, no entanto, as suas influências - frequentemente marcadas por bandas afastadas do grunge de Seattle. Bob Dylan é o conhecido herói de Vedder e o vocalista não hesitou em trazer um dos seus temas até ao palco londrino, com Ronnie Wood (dos Rolling Stones) à guitarra em "All along the watchtower".

A noite ganhou um tom mais adulto para, minutos mais tarde, regressar aos saltos, gritos e mais mosh. Duas horas e muitos clássicos depois, sente-se no ar um alívio entusiasmado e alguém comenta, com um brilhozinho nos olhos: "Os Pearl Jam estão de volta!"

Para a nova digressão, ainda não estão contempladas datas para Portugal.

RITA JORDÃO
JN

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